Atração pelo mesmo sexo: o que a igreja precisa saber

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O acolhimento, escuta ativa e o interesse genuíno em compreender as lutas e necessidades do outro potencializam a confiança de quem sente atração pelo mesmo sexo.

O que a igreja necessita saber sobre pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo (AMS) e que, apesar disso, buscam seguir a Cristo? Dividirei este relato em três partes: o que a igreja (pastores e membros) deve saber; o que não deve fazer e o que deve fazer para ajudar pessoas que lutam com a AMS.

O que a igreja deve saber

Ninguém escolhe sofrer. Várias pesquisas mostram que pessoas com AMS possuem maior tendência ao suicídio. Além do fato de possuírem maior propensão a desenvolver psicopatologias como ansiedade generalizada, depressão e outros transtornos emocionais. Alguns aspectos muito importantes que precisam considerados são:

As causas da AMS são múltiplas e envolvem fatores da personalidade (como ser hipersensível), além de feridas emocionais profundas. Tais feridas, com a hipersensibilidade, ajudam a explicar o maior número de casos de suicídio.

A maioria das pessoas com AMS nunca sentirá atração pelo sexo oposto. Por isso, a igreja deve ajudá-las a abandonar o pecado, neste caso a prática da homossexualidade. O principal alvo deve ser ajudar estas pessoas a viverem em santidade conforme as diretrizes divinas. É o tipo de atitude que pode fazer toda a diferença para quem vive essa situação. Muitas das feridas sofridas nunca cicatrizarão completamente na vida de uma pessoa hipersensível.

Ter AMS não é uma questão somente espiritual. Muitos cristãos pensam que ter a AMS é uma questão totalmente espiritual e que, por meio de orações e jejuns, tudo pode se resolver. Esse pensamento não condiz com a realidade. Certamente, como cristãos, acreditamos no poder de Deus na vida de quem ora, além do jejum. São práticas que ajudam qualquer pessoa que sofre, mas é necessário um apoio mais amplo baseado na ciência.

O que a igreja não deve fazer

Discriminar a pessoa pelo fato de ter AMS e ser diferente da maioria dos membros em relação à sexualidade. Me lembro das inúmeras vezes que membros me perguntavam: quando você vai começar a namorar? Por que não namora ainda? Estas perguntas me causavam muita dor, pois me davam a sensação de ser incapaz de ser como os demais. Como cristãos, deveríamos respeitar mais as pessoas. Um ser humano é muito mais que a sua sexualidade. Há sentimentos, história. As pessoas possuem familiares, um trabalho, amigos, dons e talentos.

Pensar que a pessoa estará completamente “recuperada” quando se interessar pelo sexo oposto e se casar. Esse pensamento pressupõe que todas as pessoas com atração pelo sexo oposto e que são casadas não pecam. E que, portanto, são justas devido a essa condição. Não. Uma pessoa com AMS revela que aceitou a Cristo quando se entrega totalmente a Ele e vive segundo Sua vontade em todos os aspectos da vida.

Exigir o abandono de alguns trejeitos. São vários os motivos pelos quais uma pessoa com AMS desenvolve trejeitos. A verdade é que muitos permanecerão e eles jamais deveriam ser um fator de impedimento para que essas pessoas sejam amadas no corpo de Cristo.

O que a igreja deve fazer

Criar um ambiente de acolhimento em que a pessoa possa expressar suas lutas. É essencial que as pessoas com AMS possam compartilhar os desafios que enfrentam. Ter a oportunidade de expressar o que sentem, sem serem julgadas, é um ato que literalmente pode salvá-las de males emocionais. No ministério Amizades Verdadeiras, capacitamos líderes para que aprendam a como ouvir pessoas com AMS, além de compreenderem suas necessidades mais profundas.

Envolvê-las com amizades sadias. A maioria das pessoas com AMS não teve amizades sadias e profundas com pessoas do mesmo sexo e sente um vazio profundo por isso. É importante, por exemplo, que um jovem ou uma jovem com AMS seja acolhido por um grupo de pessoas com os quais possam fazer atividades juntos. E, ao mesmo tempo, sentir que são amados e aceitos por pessoas do mesmo sexo. Assim, podem ter a experiência que lhes faltou no passado.

Ajudá-las a deixar a prática da homossexualidade. Muitos cristãos que têm AMS podem se enganar pensando que terão todas as suas dores emocionais resolvidas ao assumirem sua homossexualidade e iniciarem um relacionamento com outra pessoa do mesmo sexo. Esse pensamento é uma grande ilusão. Diversos estudos mostram que casais homossexuais possuem maior incidência de praticarem suicídio que casais heterossexuais.

Ou seja, iniciar um relacionamento não ameniza as dores emocionais pelo fato de que existe uma criança, emocionalmente falando, que necessita de afeto, aceitação e se sentir amada por pessoas do mesmo sexo sem o envolvimento sexual. Como alguém com um vazio de gênero poderá ajudar outra pessoa que também tem o mesmo vazio? As amizades verdadeiras, sem o interesse sexual, poderão fazê-lo.

Deve orientar corretamente os pais. Em geral, os pais cristãos de pessoas com AMS sentem uma dor profunda quando descobrem que seus filhos vivem essa condição. Os planos criados são frustrados e muitos pais pensam que seus filhos se perderão para sempre. Também podem ter vergonha dessa situação em relação à igreja. Tal sentimento levar seus filhos a imaginarem que a preocupação maior dos próprios pais é com os cargos ou funções eclesiásticas do que com eles mesmos.

Por isso, os pais devem ser orientados a compreender que seus filhos sofreram por muitos anos, e que agora, mais do que nunca, precisam de apoio emocional. Precisam ser ouvidos sem julgamentos, ser amados apesar da realidade vivida, pois sempre serão filhos e filhas. Eles merecem ser tratados como Deus faz com todos: com amor incondicional.

 

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