Por mais que tente justificar seu voto, o vereador pastor Renato Bromochenkel (Avante) sabe que prejudicou o crescimento das igrejas evangélicas em Eunápolis com seu voto contra doações de terrenos públicos para igrejas – de todas as denominações e credos – prejudicando também a população de baixa renda que seria beneficiada pelo decreto do Poder Executivo, rejeitado na Câmara Municipal por 9 edis, na quinta-feira (23).
O pastor Renato, com sua ideia fixa contra a gestão da prefeita Cordélia Torres (União), influenciou os colegas da Câmara na rejeição do decreto. Pastores evangélicos, muitas entidades e potenciais beneficiados – como a maçonaria, uma clínica de recuperação de viciados e deprimidos, entre outros – ficaram decepcionados com o pastor vereador. Além da população de baixa renda.
Menos trabalho social
Renato Bromochenkel tem consciência de que quanto mais igrejas realizando o trabalho espiritual e social, mais forte fica o combate à violência e às drogas na sociedade. O mínimo que ele deveria fazer – como opositor radical – seria se abster da votação ou se ausentar, mas como pastor, teria o dever de votar a favor.
Outro infiel
Ressalte-se ainda que o vereador e professor Tiago Mota (Republicanos), que também votou contra o decreto (era da base aliada da gestão até pouco tempo), usa como reduto eleitoral a associação localizada no bairro Rosa Neto, cuja sede foi doada pelo município. O professor sabe que outras entidades sem fins lucrativos, de utilidade pública, como a que ele usa, também precisam se estabelecer e crescer.
Mas os infiéis às próprias causas serão cobrados nas urnas. Os eleitores não costumam perder a oportunidade de lembrar deles na hora de votar.
Geraldinho Alves / Bahia40graus