Em primeiro debate, Bolsonaro e Lula travam disputa sobre fake news, corrupção e pandemia

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Conforme esperado pelas campanhas, o primeiro debate entre Jair Bolsonaro e Lula neste segundo turno, realizado pela Band há pouco, foi uma espécie de “mais do mesmo” das temáticas que estão sendo abordadas nestas eleições.

Em relação a propostas de governo, houve pouco avanço. O presidente da República se comprometeu a não ampliar o número de vagas no Supremo Tribunal Federal e a transformar o Auxílio Brasil em um programa vitalício; ele ainda falou em mudar a metodologia de distribuição de recursos por meio da emenda de relator, mas sem detalhar como isso se daria. E só.

Durante o encontro, Bolsonaro apostou no tema da corrupção para tentar desgastar o adversário petista, citando esquemas como Petrolão e Mensalão. Já Lula, trouxe à baila os problemas enfrentados pelo governo federal durante a pandemia de Covid. Houve uma troca de acusações sobre notícias falsas propagadas tanto pelo chefe do Poder Executivo quanto pelo ex-presidente.

Em determinado momento, o petista chamou Bolsonaro de “rei das fake news”. O presidente, por sua vez, acusou o PT de ter divulgado notícias falsas sobre o suposto envolvimento do mandatário com pedofilia.

Nesse momento, Bolsonaro exibiu a decisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, obrigando a campanha de Lula a remover, de todas as redes sociais, o vídeo descontextualizado da fala do presidente da República sobre meninas venezuelanas.

No geral, o clima do debate foi moderado, frustrando aqueles que imaginariam que o encontro se tornaria um octógono de UFC entre o ex e o atual presidente da República. Houve até momentos de descontração, com direito a cumprimentos entre os dois candidatos ao longo do debate.

Ao abordar os esquemas de corrupção no governo do PT, Bolsonaro lembrou que vários aliados do ex-presidente, como José Dirceu, foram presos no passado.

“Ou seja, não me compare com seus amigos corruptos, Lula. Longe disso”, disse o atual mandatário, em referência ao Mensalão.

Sobre o Petrolão, Bolsonaro citou empresas envolvidas e declarou que a dívida da Petrobras, por causa do esquema de corrupção, foi equivalente a 60 vezes a transposição do Rio São Francisco.

“Olha aqui Lula, os delatores devolveram R$ 6 bilhões […] Olha aqui as empresas que roubaram a Petrobras. Odebrecht devolveu R$ 2,7 bi; SBN R$ 1,3 bi; Andrade Gutierrez, R$ 1,4 bi; Braskem, R$ 2,8 bilhões; Camargo Correa,  R$ 1,4 bilhão; OAS, RS 1,9 bilhão”, disse Bolsonaro.

O presidente da República também lembrou da relação notória do petista com ditadores como o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e afirmou que o ex-presidente também pretende fechar igrejas, como o colega.

Lula, por sua vez, resolveu apostar em temas como pandemia e fake news para tentar desacreditar o atual chefe do Poder Executivo. Demonstrando até um certo salto alto, Lula chegou a afirmar em várias oportunidades que voltará a comandar o país.

“Uma vergonha é o senhor carregar nas costas a morte de 400 mil pessoas porque atrasou a vacina. O povo brasileiro sabe que o senhor não acreditou na pandemia. Era assim que o senhor tratou sobre a questão da pandemia. Você resolveu dizer que [a pandemia] era uma gripezinha”, disse o petista.

O ex-presidente criticou a proposta de privatização da Petrobras, classificando a ideia como “loucura” e tentou associar o atual mandatário ao assassinato da ex-vereadora Mariele Franco. Bolsonaro também ficou constrangido ao ser questionado sobre o sigilo de 100 anos decretado pelo chefe do Poder Executivo em relação à informações sobre o Palácio do Planalto. Lula disse que, caso assuma a Presidência, revogará o dispositivo.

Por: O Antagonista

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